Ela se juntou conosco na cama e, a princípio, achei excitante. Imagine só. Até pensei que na verdade quem estivesse sendo carregada junto era eu e não ela, mas não me importei. Estava contigo ainda assim. E você estava me enchendo de carinhos e beijos. Não reclamaria de nada jamais.
Nossos três corpos se juntaram, sentia tua respiração acelerar e a beleza dos cabelos dela. Os seios dela encostavam os meus e voltavam para você rapidamente. Ela te queria. E eu percebia em ti a confusão, em seu olhar. Você me puxava para seu lado, porque sentia medo dela. Ela te atraía absolutamente. E seu medo era que ela pudesse te dominar. Mas ela é tão distante, ela é tão difícil, ela seria tão impossível para você, infelizmente. E eu sabia. Você nunca me mentiu.
Eu sabia que por mais que adorasse ter a presença dela ali, não passava de um sonho que você adorava criar. Um momento passageiro. Logo sentiria sua ausência. Só não entendi porque é que eu estava ali também, dessa vez. Você não costumava permitir-me caminhar por este teu mundo tão intimamente.
Foi dentro deste sonho teu (ou meu?) que eu percebi que na verdade nunca estive apenas contigo. Ainda que não tivesse nenhuma outra mulher de carne e osso do nosso lado, você sempre dividia seu coração em dois pedaços. Eu sorria por saber que um ao menos era meu. E nutria tanta paixão por ti, que acabei roubando-lhe tua segunda paixão, e entregando-a um pedaço do meu coração também. No fim, só quem ganhou foi ela, que não teve de partir coração algum e ainda recebeu duas metades que poderia unir se quisesse.
Sozinha, ela carregava consigo qualquer possibilidade que eu e você teríamos de nos amar.
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