quarta-feira, 30 de abril de 2014

Açucarada.

Tenho um respeito enorme pelas pessoas que me cercam. Pelos seus anseios, pelas suas opiniões, pelas suas vontades. Tento entender, ainda que às vezes seja difícil, que a maior parte das vezes não caminharão junto às minhas. E vejo a beleza do que não conheço dentro disso. Tento entender muita coisa, e espero não conseguir explicar muito nada, ainda que tente. Porque, ao explicar, me desfaço de dúvidas que alimentam. Explicar e sentir são, quase, opostos… que nem sempre se atraem. A dificuldade reside em saber a hora, ou em sentir a hora, ou em… Não sei, mas espero que existam muitas variáveis que eu ainda venha a desvendar.

Eu quero uma vida entregue. Não por alguém, nem por nada. Quero o que surgir, o que eu encontrar. Quero abocanhar o mundo, sentir o sabor do mel e, quando faltar, carregar açúcar comigo. Quero açucarar a vida, com mil tons, com mil certezas incertas. Quero plantar bananeira, quero fazer dar risada a vida que anda amarga. Gosto dos risos que a vida me dá. Chamo isso de açúcar, ou doce, ou mel, ou a vida que quero levar comigo. Então a abraço, a amo, e não largo.

Acredito que amar é manter-me firme no ar. E ao tropeçar em nuvens cheias, tropicar a chuva.

domingo, 6 de abril de 2014

Doce

Eram luzes fortes e sensações incríveis na pele. Era o brilho das luzes ali. A cor da grama no escuro. O céu mais lindo que já vi - as estrelas se aproximavam de mim como se me convidassem para sua festa no espaço. Era vontade de abraçar as estrelas. Era uma delícia.
Abracei as pessoas que já me tocaram o coração. Sentia um orgasmo singular, intenso. Todas as pessoas que amei estavam dentro de mim como uma vez foram, e mais importante: eu estava dentro de mim mesma, me fazendo carinho. Preenchida. Ao perceber isso, essa luz passou a emanar de todos meus buracos, e dos poros. Toda essa energia me dava vontade de dançar, de planar, de sentir aquela força, me enlaçar num abraço e fazer promessas de amor para mim mesma.
E não só para mim.

A minha capacidade de amar preencheu-me tão completamente, que eu poderia acariciar qualquer alma humana. Transbordava amor de mim. E espalhou-se como um rio.