quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quase.

Digo não à proposta dessa estrela brilhante que ofuscou meus olhos essa noite. Ela veio assim, cheia de graça, coisa mais linda que Vinicius jamais viu. Ali em Ipanema, no bar, na minha casa, na escuridão, ou no meio do infinito perto de nada. Só sei que lá estava ela observando toda minha pequenez. Se aproximou fingindo boas intenções. Talvez fossem boas mesmo. Não sei, porque preferi não experimentar. Falou que me mostraria flores. Disse que me levaria numa viagem genial. Contou-me tudo que eu poderia conhecer. Encantou-me com diversas visões de coisas que eram para mim desconhecidas. Falou-me sobre amor e sobre amizade. Contou-me que me levaria para um lugar onde existiriam abraços. Disse que não estava destinada a minha não-vida que levava tranquila.
Quase disse sim. Se pudesse, até teria sorrido. Ela me falou também sobre sorrisos e sobre felicidade. E acredito que sim, se pudesse teria sorrido, segurado sua mão, a abraçado e formulado uma frase bonita com uma coisa que ela chamava de poesia (Não fosse a minha pequenez, minha tranquilidade e minha não-existência...).
Estava disposta. Quando ela de repente falou que de onde ela vinha as coisas também sempre acabam. Acabam de repente e sem aviso prévio. Disse que eu sairia de lá sem saber pra onde iria, ou se iria pra algum outro lugar. Deu-me certeza que eu me perderia em vácuo, em outro vasto breu. Me contou que nunca experimentaria nada igual. Disse que eu teria de abandonar outras pessoas. Falou-me que algumas delas é que me deixariam. Falou-me sobre angústia, desespero e perda. Mas qualquer coisa seria melhor que minha falta de vida, ela disse.

Quem ela pensa que é para subestimar-me assim? A arte de não-viver é melhor que esse desejo efêmero de ser sem sentido.

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