Tenho um respeito enorme pelas pessoas que me cercam. Pelos seus anseios, pelas suas opiniões, pelas suas vontades. Tento entender, ainda que às vezes seja difícil, que a maior parte das vezes não caminharão junto às minhas. E vejo a beleza do que não conheço dentro disso. Tento entender muita coisa, e espero não conseguir explicar muito nada, ainda que tente. Porque, ao explicar, me desfaço de dúvidas que alimentam. Explicar e sentir são, quase, opostos… que nem sempre se atraem. A dificuldade reside em saber a hora, ou em sentir a hora, ou em… Não sei, mas espero que existam muitas variáveis que eu ainda venha a desvendar.
Eu quero uma vida entregue. Não por alguém, nem por nada. Quero o que surgir, o que eu encontrar. Quero abocanhar o mundo, sentir o sabor do mel e, quando faltar, carregar açúcar comigo. Quero açucarar a vida, com mil tons, com mil certezas incertas. Quero plantar bananeira, quero fazer dar risada a vida que anda amarga. Gosto dos risos que a vida me dá. Chamo isso de açúcar, ou doce, ou mel, ou a vida que quero levar comigo. Então a abraço, a amo, e não largo.
Acredito que amar é manter-me firme no ar. E ao tropeçar em nuvens cheias, tropicar a chuva.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
domingo, 6 de abril de 2014
Doce
Eram luzes fortes e sensações incríveis na pele. Era o brilho das luzes ali. A cor da grama no escuro. O céu mais lindo que já vi - as estrelas se aproximavam de mim como se me convidassem para sua festa no espaço. Era vontade de abraçar as estrelas. Era uma delícia.
Abracei as pessoas que já me tocaram o coração. Sentia um orgasmo singular, intenso. Todas as pessoas que amei estavam dentro de mim como uma vez foram, e mais importante: eu estava dentro de mim mesma, me fazendo carinho. Preenchida. Ao perceber isso, essa luz passou a emanar de todos meus buracos, e dos poros. Toda essa energia me dava vontade de dançar, de planar, de sentir aquela força, me enlaçar num abraço e fazer promessas de amor para mim mesma.
E não só para mim.
E não só para mim.
A minha capacidade de amar preencheu-me tão completamente, que eu poderia acariciar qualquer alma humana. Transbordava amor de mim. E espalhou-se como um rio.
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