Foi com urgência trágica, palpitante e contínua que ela percebeu que há muito havia despertado de seu mundo. Que tinha desistido de si mesma quando resolveu aceitar o resto. Mas que não aguentava mais a forma que falavam, nem o jeito que diziam. Aquelas palavras nos jornais, as pequenas frases na rua. Foi com urgência trágica, palpitante, contínua e libertadora que sentiu falta. Sentiu saudade. Sentiu-se fraca. Porém grande. Era iminente o desastre feito. A dor não sentida, não recolhida, não escutada. Virou-se e resolveu que inexista. Porém urgia, dentro de si, de um momento bobo aqui, outro ali, a vontade imensa. A vontade imensa de sentido. A busca de algo. Esse mundo está louco. Sério, sério, sério.
Amar o quê? Amar a quem? Está todo mundo tão perdido, tão-sem-amar-ninguém. Tá todo mundo esquisito. Preenchido de amor inseguro. E que vida?!
Não sabemos mais o que é verdade, o que não é. É tudo excesso, excesso, excesso. E no excesso de EU há eueueueuuueueuueueuueueuueeuuueueeeuueueuue.
Tudo perdido. Senão, alinhado, regrado, burocrático. Eis a vida?
Pero no, disse.
Foi com urgência trágica, palpitante, contínua, libertadora e doce (sim), que percebeu que não poderia perder de vista as coisas mais bobas. Coisas de criança, coisas bobas bobas bobas. Um filme bobo, vontade boba de escrever na madrugada boba, escrever um texto bobo, de um jeito bobo a se achar boba. Porque as coisas mais bobas eram o seu melhor combustível. Veio o boom do crescimento.
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Um comentário:
eu gosto. eu gosto muito.
assim como gosto muito docê.
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