sábado, 13 de novembro de 2010

Vários e curtos.

Me dá um beijo. Senta perto de mim e vem me consolar. Você me dizia assim com olhar carente. Eu te abraçava, e suas dores fingiam passar. E o nosso olhar. Outras vezes vi-me ao lado de outra. Tomando banho na banheira. E assistia jogos de futebol sozinho no quarto, aos sábados. E outras vezes minha mãe me chamava para o teatro. Já conversei sobre coisas amenas com meu melhor amigo. Já, já chorei na sua frente. Castelinhos de areia. Me molhei inteiro a caminho da parada de ônibus, debaixo de chuva.. E cheguei em casa ensopado. Molhei o piso. Esqueci a capa de chuva. Cantei no banho. Você rindo de mim na sala. A televisão ligada. Em tédio, liguei pra você, por engano. Vi-me errado. Chorei de solidão, de carência. Nunca mais nada seria normal para mim, nunca mais minha vida e meu cotidiano voltaria a fazer sentido. Mas em 20 dias esquecerei você. E depois lá estou eu, bravo, no trabalho. Saudade. Passageira. Passeei na Urca. E resolvi viajar. E desisti. E me apaixonei na praia por uma moça de biquíni amarelo. E ela sorriu pra mim. E quando dei por mim, estava eu com 5 anos. Visitando minha mãe no hospital. Minha tia morreu. Eu não pude entender. Viajei certa vez. Fui até a Itália e transei com uma menina linda. Meu primeiro amor. E aqui hoje me vejo casado. Espero o segundo filho. Divórcio. Meu aniversário de 10 anos. Eu no pula-pula. Você pequenininha, na foto. Meus irmãos saíram de casa. Me sentia sozinho. Novos videogames. Muitas espinhas; eu garoto. Jogar futebol na rua. Correr para a faculdade. Estudar na madrugada. Vida, vida que passa. Passa tão mais rápido agora... Em alguns poucos minutos, tudo que passei por 30 anos aparece na minha frente. Percebo que estou pra morrer. Sempre estive. E eu fecho os olhos e 3, 2, 1...

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